Os franceses das SS: a divisão "Charlemagne"

 


Quando Hitler invadiu a Europa, a máquina de propagada alemã trabalhou para que o mundo não soubesse dos horrores dos campos de concentração e muito menos das intenções racistas da guerra. Na verdade o que chegou aos ouvidos do mundo foi uma falsa ideia de um mundo ameaçado pelo comunismo bolchevique que em conjunto com os judeus tramava como dominar o mundo a partir da União Soviética. Hitler conseguiu incumbir na cabeça de alguns dos povos conquistamos a idéia de que a Alemanha estava lutando sozinha contra o comunismo, isso levou a jovens dessas nações a se alistaram como voluntários, não por concordar com a ideologia, mas sim para lutar contra o comunismo.

A princípio apenas alemães poderiam servir nas forças armadas, mas não por nacionalidade e sim por etnia, ou seja o futuro militar deveria provar ser de etnia alemã. Durante a invasão da Polônia e da Dinamarca-Noruega, o Heer era composto majoritáriamente por alemães. Contudo com as crescentes baixas o exército aceito outros povos em sua composição como Nórdicos, Húngaros, franceses e até mesmo eslavos.

Com a iminente invasão da URSS as forças armadas alemãs passaram a realmente criar divisões dos povos conquistados e é nesse cenário que surge a Charlemagne.

A divisão foi formada já nos dias finais da guerra, em 1944 durante a invasão Soviética da Alemanha, Hitler reorganizou os antigos veteranos da Legião de Voluntários Franceses contra o Bolchevismo. O regimento de infantaria 638, originalmente a chamada Legião de Voluntários lutou nos aroedores de Moscou durante a operação Barbarossa, contudo com a virada radical da guerra durante a invasão da Normandia pelos aliados em 1944, a Legião deveria se mover para lá e ajudar as forças locais e se defender, mas atrasos nas ordens de marcha e principalmente o desastre em Stalingrado e subsequente invasão da Alemanha pela URSS, a divisão foi designada para combater novamente os soviéticos, demonstrando extrema coragem no ato como no acontecimento que relatarei agora. A 25 de junho, às margens do Rio Bobr, alguns membros da LVF sob o comando do major Bridoux lutaram 48 horas contra o avanço soviético. Apoiados por Stukas, cinco tanques Tigre rechaçaram um ataque após outro, o que se tornou a mais famosa operação da LVF. Quarenta ou mais tanques soviéticos foram destruídos diante da posição francesa. Testemunho da habilidade da LVF veio de um comunicado soviético, o qual relatava que suas forças foram bloqueadas pelo sacrifício de “duas Divisões francesas”.

Com a derrota na Batalhade Berlim e subsequente suicídio de Hitler, a divisão foi rendida e julgada no tribunal internacional pela acusação de nazismo e crimes contra a humanidade, contudo alguns historiadores contestam essa acusação. 

A história da Legião de Voluntários prova para todas nós uma lição que deve ser aprendida por aqueles que estudam a guerra. "Homens não lutam somente por obrigação ou patriotismo, mas sim por aquilo que acreditam ser o correto. " Esses homens foram até o fim acreditando que iriam salvar o mundo dos bolcheviques e morreram com orgulho por essa causa.



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