Robert E. Lee, herói da confederação e último cavalheiro da América

 


Muitos homens entraram para a história da nação americana como competentes políticos como Lincoln e Obama, outros como Washington e Scott foram grandes militares se seu tempo, mas entre os comandantes  da Guerra Civil um se destacou lutando pelas forças confederadas e passou a história como um dos mais respeitados generais do lado sul, Robert Edward Lee.

Lee nasceu no condado de Westmoreland, no Estado da Virgínia em 19 de janeiro de 1807, filho do Major General Harry Lee III e de sua segunda esposa Anne Hill Carter. O pai de Lee, Harry se tornou famoso por lutar na cavalaria leve durante a Revolução América, aonde no qual ganhou o apelido de "Light Horse".

Robert sempre admirou o pai por sua atuação na guerra e devido a isso optou por se graduar na academia militar de West  Point e lutou na Guerra contra o México se destacando na infantaria e no comando de tropas de assalto. Em 1857 herdou do seu sogro a famosa fazenda de Arlington, onde hoje encontra-se o mais conhecido cemitério militar dos EUA. Lee, que já possuía alguns escravos, tomou posse de 196 negros e licenciou-se do exército por dois anos para administrar a propriedade. O testamento estipulava que os escravos deveriam ser emancipados tão logo possível, mas Lee optou por retê-los por 5 anos, o máximo tempo que lhe era permitido. Em pelo menos uma ocasião, Lee ordenou que escravos fugitivos fossem chicoteados.

No início da década de 1860 chegara ao posto de Coronel no Exército dos Estados Unidos da América. Quando do início da secessão dos estados do sul, estava servindo no Texas e retornou para sua Virgínia natal. Foi convidado pelo Comandante do Exército, General Winfield Scott, para o comando de uma expedição contra os rebeldes sulistas. Quando ficou sabendo da adesão da Virgínia à Confederação, recusou o cargo e pediu baixa do Exército, justificando-se dizendo que não poderia combater contra sua terra natal.

Após a secessão da Virgínia, Lee tornou-se comandante das forças estaduais organizadas para defender o estado contra a intervenção federal. Com a formação da Confederação, ainda em 1861, Lee incorporou-se ao novo Exército Confederado com a patente de General e a função de conselheiro militar do Presidente da Confederação, Jefferson Davis. Em 1862, recebeu o comando do Exército da Virgínia do Norte, principal força militantes dos Estados Confederados da América. No comando dessa força Lee derrotou os exércitos federais e seus diferentes comandantes em várias batalhas, como Segunda Batalha de Bull Run (ou Segunda Batalha de Manassas), Chancellorsville e Fredericksburg, tornando-se o mais temido e respeitado General da Confederação. Em 1863, Lee comandou seu exército na sua segunda invasão do norte, e chegou a ameaçar Filadélfia. No entanto, no verão de 1863, na Batalha de Gettysburg, cometeu o maior erro da sua carreira, ordenando um desastroso assalto frontal contra o bem defendido centro das posições inimigas. Após essa derrota, Lee ofereceu sua demissão a Jefferson Davis, que não a aceitou.

Nos meados de 1863, o comando dos exércitos da União foi finalmente assumido por um general resoluto - Ulysses Grant. Grant iniciou imediatamente uma grande ofensiva, conhecida como Campanha de Overland. Durante o restante de 1863 e até 1865, Lee comandou seu Exército do Norte da Virgínia numa série de batalhas, na maioria taticamente inconclusivas. Com tropas numericamente inferiores e castigadas pela fome e pela escassez de munição, ele conseguiu apenas atrasar o avanço das forças federais. Entretanto, a cada batalha a Confederação sofria perdas que não poderia repor. Em 1865, após a queda de Petersburg e da Capital Confederada, Richmond, ambas na sua Virgínia natal, Lee e seu exército se renderam para as forças da união sob comando do General Ulysses S. Grant.



Após a guerra, Robert E. Lee tornou-se reitor da Universidade Washington da Virgínia e renovou seu juramento de lealdade aos Estados Unidos da América. Após sua morte em 1870, a Universidade passou a chamar-se "Universidade Washington-Lee", nome que mantém até hoje. Sua cidadania americana foi restaurada, postumamente, pelo Presidente Gerald Ford, em 15 de Agosto de 1975.

Na década de 1870, Lee tornou-se a figura emblemática do movimento intelectual e literário sulista conhecido como "Lost Cause" ("Causa Perdida"). O movimento apresentava uma visão idealizada da luta confederada, que teria sido empreendida principalmente para defender os direitos constitucionais do estado do sul. A escravidão era afastada do seu papel central na gênese do conflito. Nesse contexto Lee era representado como um nobre cavaleiro, a encarnação das virtudes sulistas. Buscava-se apresentar o general como benevolente às aspirações da população negra, a despeito do seu próprio passado escravagista. Os seus erros eram frequentemente atribuídos aos subordinados. O exemplo mais conhecido é o Pickett’s Charge (Assalto de Pickett) em Gettysburg, onde os resultados catastróficos da má avaliação do Lee eram frequentemente justificados como erro de execução de James Longstreet.

Após a guerra, Lee não foi preso ou punido, mas ele perdeu o direito de votar, assim como alguns bens. Em 28 de setembro de 1870, Lee sofreu um acidente vascular cerebral. Ele morreu duas semanas mais tarde, pouco depois das 9h em 12 de outubro de 1870, em Lexington, Virgínia, ele foi enterrado debaixo da Capela Lee em Washington and Lee University, onde seu corpo até hoje lá permanece. Robert Edward Lee permanece, até os dias de hoje, entre os mais respeitados militares americanos.

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