NAe São Paulo, o atual problema da marinha do Brasil

 

Navio Aeródromo São Paulo 

Que a marinha do Brasil tem se enfraquecido ao longo dos anos isso é um fato já bem estabelecido, os cortes de verba tornaram nossa marinha que outrora fora uma das maiores esquadras no século XIX, hoje é uma força que mal pode garantir nossa costa.

Um dos maiores problemas do Brasil atualmente é a questão do navio de guerra São Paulo que já fora a Nau Capitânia da nossa força naval. Um porta aviões brasileiro sempre fora uma questão bastante debatida; ter ou não ter, é útil para nossa defesa? Ou só um gasto desnecessário?

Bom o Ex São Paulo está no cerne dessa discussão. Mas como chegamos ao ponto de estar debatendo com ambientalistas sobre o Amianto contido no navio que será desmontado.

O navio originalmente era Francês sob o nome de Foch(r99), foi encomendado em 1963 e esteve em serviço na marinha francesa até o ano de 2000 quando foi passado para a marinha do Brasil, durante os anos que esteve na França lutou na África e em conflitos nos Balcãs.

Adquirido pelo equivalente a 12 milhões de dólares norte-americanos em setembro de 2000, foi recebido operacional pela Marinha do Brasil em 15 de novembro desse mesmo ano, no porto de Brest, na França, quando teve passada a sua Mostra de Armamento.

Com 50% mais velocidade e podendo transportar o dobro de aeronaves que o antigo NAeL Minas Gerais (A-11), o NAe São Paulo (A-12) opera aviões de ataque AF-1 e helicópteros, tendo sido a capitânia da armada. NAe é o acrônimo para Navio Aeródromo.

Em dezembro de 2014, foi anunciado que o São Paulo iria continuar em serviço até 2039, quando o navio teria quase 80 anos. Durante sua carreira no Brasil, no entanto, o porta-aviões sofreu problemas e nunca conseguiu operar por mais de três meses sem necessidade de reparos e manutenção devidos. Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira anunciou que o navio seria desmobilizado e posteriormente desmantelado, pelos altos custos para uma atualização de um equipamento já considerado obsoleto. Em 12 de março de 2021 seu casco foi leiloado para ser desmontado.

Em 04 de agosto de 2022, o São Paulo deixou o Rio de Janeiro em direção à Turquia para ser desmontado. A embarcação foi levada pelo rebocador holandês Alp Centre.

O porta-aviões chegou ao Brasil em 2001, e durante três anos atuou com certa normalidade. Em maio de 2004, no entanto, um duto da rede de vapor do A-12 explodiu, tirando a vida de três tripulantes e ferindo outros sete. Entre 2005 e 2010, o navio passou por um amplo programa de revitalização. Entretanto, deficiências nos motores, no eixo de propulsão e nas catapultas empregadas para lançar e recuperar as aeronaves foram se revelando mais graves que o esperado. O Almirantado decidiu então por contratar uma perícia de engenharia que pudesse definir a conveniência de se realizar uma espécie de reconstrução e o resultado foi negativo.

Após cinco anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos. As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar condicionado foi modernizado e ampliado.Três lançadores Simbad para defesa aérea estão operacionais.

Voltou realizar testes fora da doca, no final de julho de 2010, e apesar da fumaça preta que foi vista a sair das suas chaminés, por ainda estar regulando seus queimadores, e procurando a mistura correta de ar/combustível para seus motores, estava encaminhado para voltar a testes de mar ainda em 2010. Em 2011, passou por testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIASA), para ser re-incorporado a Marinha do Brasil.

Em 2015, o governo chegou a anunciar que o navio aeródromo passaria por um programa de modernização planejado para durar até 2019. Com essa modernização, o navio teria a sua vida útil estendida por mais 20 anos, até 2039.

Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira decidiu desativar seu único porta-aviões da frota, alegando que o custo da modernização foi considerado excessivo pelo Almirantado, superando a marca de 1 bilhão de reais. O processo de desmobilização teve três etapas e foi concluído em 2020. Os caças A-4 Skyhawk do Grupo Aéreo do São Paulo continuam operando a partir da Base de São Pedro da Aldeia.

Excluído o plano de recuperação do porta-aviões, as prioridades de reequipamento da Marinha passam a ser os programas de construção de uma frota estratégica de submarinos, um dos quais de propulsão nuclear, e de novas corvetas médias da classe Tamandaré. Grande parte dos recursos de bordo, incorporados ao longo do tempo durante operações de atualização de sistemas, foram removidos e reinstalados em outras embarcações. A atualização dos jatos de ataque Skyhawk, a cargo da Embraer, foi efetivada.

Uma associação formada por entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, o Instituto São Paulo|Foch, pretendiam transformá-lo em um navio-museu tendo uma área de exposições no convés e restaurantes, salas de aula, escritório e cinema no interior. O NAeL Minas Gerais (A-11), porta-aviões que antecedeu o São Paulo, acabou vendido como sucata no mercado internacional.

Porém, o casco do NAe São Paulo foi leiloado em 12 de março de 2021 e arrematado por 12,5 milhões de reais pela empresa turca Sok Denizcilikve Tic, especializada em desmonte de navios. A partir do pagamento a empresa terá 90 dias para retirá-lo do cais, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Na Turquia entidadesligadas à proteção da fauna e flora tentam evitar que o desmantelamento do navio seja realizado no país, alegam que o processo pode liberar para o meio ambiente contaminantes como óleo, amianto e até restos de material nuclear.

  • Deslocamento (toneladas): 30 884 (padrão), 33 673 (plena carga)
  • Dimensões (metros): 266 x 51,2
  • Armamento: 3 lançadores duplos de mísseis MBDA Mistral Simbad e várias Browning M2
  • Convés de Voo (metros): 266
  • Sistema de propulsão: caldeiras e turbinas a vapor de 126 000
  • Velocidade máxima: 32 nós (55 km/h)
  • Número de catapultas: 2
  • Tripulação: 1 030 homens
  • Aeronaves: pode transportar até 40 aeronaves de asa fixa e helicópteros.
  • Observação: A tripulação do navio é de 1 030 homens, mais 670 homens da ala aérea.

São Paulo foi o maior navio de guerra do hemisfério sul, com 265 m de comprimento e 33 mil toneladas de deslocamento à plena carga.

A questão do Amianto

Como já citei esse é um navio de guerra antigo cujo a construção possui grandes taxas de produtos químicos tóxicos que fazem com a pessoa que trabalha no desmanche do navio pode acabar tendo problemas pulmonares.

Dois meses após deixar o Rio rumo à Turquia, o porta-aviões São Paulo está de volta ao Brasil, mas ainda sem um desfecho definido. Sem permissão do governo turco para entrar no país, por causa da alta quantidade de amianto no seu interior, o navio precisou refazer toda a viagem de volta, entretanto ainda não recebeu nova autorização para atracar. Enquanto corre a expectativa por uma nova decisão judicial ou até de um novo leilão, há o temor de que a embarcação seja abandonada em alto-mar. 

Diz a Folha de São Paulo sobre o navio de guerra.

O navio foi alvo de protestos e denúncias por diversas instituições que afirmam que o Amianto contido no navio pode causar graves doenças enquanto a marinha do Brasil nega tal afirmação.

O navio não pode infelizmente cruzar Gibraltar e segue a viagem de volta continuando a ser um problema para a marinha do Brasil.


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