4 de Maio, a batalha naval sem baixas

 


 No dia 4 de Maio de 1823, a recém criada marinha imperial  brasileira comandada por Lorde Cochrane enfrentou a esquadra portuguesa sobre comando de João Félix Perreira de Campos no porto de Salvador, porém aquela que deveria ter sido uma gloriosa batalha naval acabou de forma inconclusiva e sendo conhecida como um engajamento naval sem mortos.

Desde que o novo governador da Bahia o brigadeiro Madeira de Melo assumiu o cargo em fevereiro de 1822, as tensões entre brasileiros e portugueses aumentaram estourando revoltas na capital Salvador que foram reprimidas por Madeira de Melo, quando D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, os brasileiros baianos já haviam abandonado Salvador indo para o Recôncavo Baiano, onde em Cachoeira os fazendeiros e comerciantes doaram grandes quantias em dinheiro para a criação de um exército voluntário para tomar Salvador que estava sob controle português. Em 1823, as lutas continuavam e na Batalha de Pirajá os brasileiros conseguem uma importante vitória sobre os portugueses isolando-os em Salvador. O isolamento causou crises alimentícias, pois a capital era a segunda mais rica e importante do país servindo como entreposto comercial e militar sendo abastecida pelas fazendas do Recôncavo, mas como esse território estava em mãos brasileiras, a capital ficou sem abastecimento gerando uma grande fome, obrigando os portugueses a lançarem 8 ataques à Ilha de Itaparica, porém também fracassaram. Em 1 de abril de 1823, no Rio de Janeiro, D. Pedro I enviou uma frota comandada pelo Almirante Thomas Cochrane para bloquear Salvador impedindo que reforços chegassem por mar.

 A esquadra de Cochrane era composta por aproximadamente 7 navios, um navio de linha como Nau Capitânia chamada Pedro I, duas fragatas, duas covertas e dois brigues. Já a esquadra portuguesa tinha em média 13 navios, um navio de linha, uma Escuna, um brigue, duas fragatas, três corvetas e cinco outros navios menores cuja classificação só existe na marinha portuguesa, mas não citaremos para facilitar a compreensão.

 

Lorde Cochrane
Durante o caminho, outras embarcações se juntaram à frota. Em 30 de abril, os portugueses perceberam a frota brasileira e se prepararam. Em 4 de maio de 1823, logo após o nascer do Sol, a esquadra brasileira lançou-se sobre a esquadra portuguesa formada em duas colunas, para compensar a inferioridade numérica de 7 navios brasileiros contra 13 navios portugueses, Cochrane decide cortar a linha inimiga colocando a nau-capitânea Pedro I entre a charrua portuguesa Princesa Real e a fragata Constituição envolvendo assim a retaguarda inimiga antes que a vanguarda pudesse manobrar para socorrê-la, com isso a inferioridade numérica foi compensada.



O combate se iniciou ao meio-dia, minutos depois a linha portuguesa foi cortada, quando o Pedro I, um navio de linha, ficou em frente à charrua Princesa Real, a munição acabou por causa de dois portugueses que atrasaram a entrega dos cartuchos, com isso os brasileiros corriam o risco de serem envolvidos pela vanguarda portuguesa, Cochrane então ordena uma retirada, deixando a batalha sem um vencedor. Ele se estabelece no Morro São Paulo de onde planeja e cumpre o bloqueio, assim Madeira de Melo decide abandonar a capital na madrugada de 2 de julho de 1823, ele e os soldados portugueses embarcam, mas Cochrane percebe e os persegue até Portugal, conseguindo capturar 7 navios durante a perseguição. Salvador foi tomada pelas tropas brasileiras aderindo ao Império do Brasil.

 Podemos dizer que foram sem sombra de dúvidas uma das maiores vitórias de Lorde Cochrane para o Brasil, pois além de não tera baixas reais, ainda conseguiu aumentar a recém formado aremada imperial e trazer a importante cidade de Salvador para o império.

Desculpem pela falta de posts, eu estou ocupado com meu livro no Wattpad chamado Voltarei para ti. Gostaria de romances históricos? Bom meu livro é um deles e se passa nas Guerras Napoleônicas entre a Batalha de Jena e a campanha da Rússia, confiram lá. 
 Sobre os posts vou agora trabalhar em forma de séries a Guerra dos Sete anos por ser um assunto pouco discutido no Brasil, então fiquem ligados.
 

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